sábado, 7 de maio de 2011
AQUI NO FUNDO
(imagem do "O Louco" do tarot)
No começo achei que era preguiça, depois pensei que fosse um déficit de atenção, agora sinto uma depressão mesmo. Não consigo ler mais que duas páginas de um livro, não tenho mais libido, não me sinto bem.. a única coisa que fiz nesses últimos dias foi beber, como sempre..mas dessa vez foi triste mesmo bebendo, beber pra mim sempre foi um ritual sagrado, quanto mais eu bebia mais eu me sentia bem, era uma purificação, sair com amigos e beber, estar na rua. Mas hoje percebi que sempre tive esse desespero por festa pois é um entretenimento barato. é um modo de eu me desligar de mim mesmo. Quanto mais eu fico sozinho pior é, por isso essa necessidade de sair, sair e sair...me entorpecer. é a única forma de me sentir bem, de estar comigo sem desespero.Mas dessa vez foi diferente, não me senti aliviado . Dei de cara comigo mesmo e percebi toda a loucura, a locura que há em mim.. em toda a existencia.. Outro dia tive uma crise e entendi que toda a vida é uma projeção da mente. tudo uma ilusão ótica,sensorial. a mente regula o tempo, o tempo é corpo. você já existe , sempre foi o mesmo ser, só o seu corpo se desenvolveu, você tem as mesmas ideias, e gostos desde a infância. estou escrevendo confuso porque estou confuso , na verdade sempre fui, mas antes até me esforçava, agora cada vez mais eu não seguro a confusão, meu desdem com o social cresce, toda essa existencia social de ser é ficção, e eu me rendo, não tenho mais energia pra isso, cada vez mais desejo ficar nos bastidores, morro na próxima cena, que alívio. Podem chamar isso de depressão, esquizofrenia ou sei lá, mas eu chamo de encantamento negativo. Existir é o absurdo da vida, é só olhar pra dentro e pra fora com atenção,e nunca mais você ficará em paz.
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Acho que você vai gostar do Borges...
ResponderExcluir"OS ENIGMAS
Eu que agora sou quem está cantando
Amanhã serei o morto, o iniciado
Habitante de um orbe despovoado,
Mágico, sem depois, antes ou quando.
Assim afirma a mística. Indigno
Me julgo, quer do Inferno, quer da Glória,
Mas nada profetizo. Nossa história,
Como as de Proteu, muda formas, signos.
Que errante labirinto, que brancura
Cega de resplandor ser-me-á a sorte,
Ao entregar-me ao fim desta aventura
A experiência incógnita da morte?
Quero beber seu cristalino Olvido,
Ser para sempre; mas jamais ter sido".
te mando o livro por email ;)
essa é a carta que mais gosto quando algum sortudo tira ela. sinal de criatividade, pois que esse mundo anda um tanto chatão, trabalhemos em cima disso.
ResponderExcluir