domingo, 29 de abril de 2012
O CORPO VAZIO (cheio de ser)
Por anos fiquei no impasse: suicídio, ato de coragem ou covardia?
Creio não ser um nem outro. Hoje colocaria os termos Perturbação ou Indiferença.
Não gosto do termo “covarde” para um suicida, dá um ar de superioridade para o falante. Nesse caso, fico com o termo perturbado mesmo. O suicida perturbado é quando sua justificativa é um transtorno psicossocial. Aliás, quando se tem uma justificativa para o suicídio já se exprimi uma perturbação.
Já a indiferença é suicídio pleno, o suicídio em sua essência, o esgotamento das emoções. É quando você fica abaixo de qualquer depressão. Quando está em uma anedonia máxima. É um vazio que não se preenche. É perder memória, anular o ser social. É não cagar e nem andar, deixar acumular até explodir. É dissolver a alma e largar a mercê das células. É se entregar a podridão biológica. É sair de cena. É ser real.
Para ser feliz é preciso ser um pouco idiota, é preciso se fantasiar. É preciso ter o ego ativo. É preciso preencher o vazio com coisas vazias. Ou com coisas cheias, de oco. Um corpo cheio de ser. Mas as vezes um corpo cheio de ser, está cheio de ser...
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